BRASÍLIA — A Procuradoria-Geral da República (PGR) recomendou uma audiência de conciliação entre a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), e o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) pelos ataques dirigidos pelo parlamentar à petista pelas redes sociais no mês ado. Publicamente, a ministra rejeitou a possibilidade neste sábado (26). Gleisi apresentou uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado do PL por injúria e difamação.
“Não há conciliação possível com quem violentamente ofendeu a mim e minha família com ataques misóginos e machistas que alcançaram outras pessoas”, afirmou a ministra. Ela completou ainda que a postura da PGR é indigna; a recomendação da procuradoria é assinada pelo vice-procurador Hindenburgo Chateaubriand Filho.
A audiência de conciliação sugerida pelo vice-PGR é protocolar. “Como não se observou, no caso, a regra do artigo 520 do Código de Processo Penal, que prevê a tentativa de reconciliação antes do recebimento da queixa em crimes contra a honra, o Ministério Público Federal opina pela realização do ato”, justificou na manifestação apresentada ao Supremo Tribunal Federal.
Em cerimônia no último 12 de março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que escolheu uma “mulher bonita”, se referindo à ministra Gleisi Hoffmann, para diminuir a distância entre o Palácio do Planalto e os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
A partir da declaração do petista, Gayer disse nas redes sociais que imaginou a ministra, Alcolumbre e o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que é líder do PT e namorado de Gleisi, em um trisal. Ele também marcou Lindbergh em uma publicação e disse que o presidente Lula estava oferecendo a ministra a Hugo Motta e a Alcolumbre como “um cafetão oferece uma garota de programa”.
Além da queixa-crime protocolada por Gleisi, a declaração do deputado do PL também embasa um pedido de cassação de mandato contra ele apresentado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pelo PT. O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, também prometeu processar Gayer pela declaração. “A advocacia do Senado Federal e meus advogados estão tomando as providências para nós representarmos criminalmente contra o deputado”, disse à época.