A Polícia Federal cumpre, nesta segunda-feira (9 de junho), mandados de busca e apreensão no Sul de Minas para apurar uma suposta simulação de sequestro de candidatos às eleições de 2024 na cidade de Senador José Bento. Conforme a corporação, um postulante ao cargo de prefeito e outro de vereador teriam, com auxílio de terceiros, fingido o próprio sequestro para gerar comoção social e obter vantagem eleitoral.
O caso foi registrado poucos dias antes do primeiro turno das eleições, realizado em 6 de outubro de 2024. Os candidatos a prefeito, Natan da Saúde (PSD), e a vereador, Thiago Rubens Martyr da Silva (PSD), teriam permanecido ocultos por mais de 24 horas. Enquanto Natan foi derrotado no pleito, Thiago foi eleito vereador de Senador José Bento.
A Polícia Federal cumpre, nesta segunda, 10 ordens judiciais expedidas pelo juízo eleitoral da comarca de Pouso Alegre, dentro da operação chamada “Marco Zero”. Destas, são oito mandados de busca e apreensão nas cidades mineiras de Congonhal, Senador José Bento, Ibitiúra de Minas e Andradas, além de Siqueira Campos (PR). Há, também, dois mandados de prisão temporária.
O inquérito foi inicialmente instaurado pela Polícia Civil, entretanto, diante da suspeita de crime eleitoral, foi encaminhado à Polícia Federal. Conforme a corporação, o nome da operação faz referência ao local onde foi encontrado o veículo utilizado pelos candidatos, considerado o "marco zero" da investigação.
A reportagem de O TEMPO tenta contato com os investigados, bem como com o partido de filiação de ambos. Tão logo haja um retorno, esta publicação será atualizada.
Em nota, o diretório estadual do PSD em Minas Gerais disse que, até então, não foi formalmente notificado sobre o caso, nem dispõe de informações oficiais a respeito da investigação. "O partido reafirma seu compromisso com a legalidade, a ética e a transparência no processo democrático", finalizou.