Após o TJMG suspender a liminar da 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte que anulava sua nomeação à presidência da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), Luísa Barreto avaliou que sua presença à frente das empresas incomoda por ser mulher, especialmente em um momento decisivo, marcado pelo processo de quitação da dívida do Estado com a União. A Codemig e a Codemge são as únicas estatais mineiras incluídas na primeira leva de transferências no âmbito do Propag. A avaliação foi feita em uma postagem no Linkedin.
“Uma coisa da qual eu me orgulho nos meus mais de 15 anos de dedicação ao serviço público é o fato de que, em todos os locais por onde ei e desafios que enfrentei, consegui demonstrar minha seriedade, minha capacidade técnica e meu compromisso com o Estado de Minas Gerais”, iniciou o texto.
Barreto afirmou que se sente pronta para ajudar Minas em meio às dívidas do Estado com a União. “Hoje, enfrento o que talvez seja o maior desafio da minha trajetória, confiado a mim pelo governador Romeu Zema e pelo vice-governador Mateus Simões, mas sinto que estou pronta para ajudar o Estado a superar o momento de enorme dificuldade financeira, em razão de dívida contraída no ado e que pode inviabilizar a prestação dos serviços públicos mais essenciais à população no futuro”.
A ex-secretária de Zema elogiou a equipe das empresas. “Ao mesmo tempo, tenho a missão de fortalecer e valorizar ao máximo duas empresas tão importantes para o estado e com equipe técnica de primeiro nível, como a Codemge e a Codemig. Estou muito animada e confiante de que seremos bem sucedidos”.
Ao final, avaliou que ser uma mulher jovem e servidora de carreira pode incomodar algumas pessoas. “Não é uma missão fácil, mas necessária para Minas Gerais. Entendo que possa incomodar a alguns o fato dessa missão estar a cargo de uma mulher, de 40 anos e servidora de carreira. Paciência, eles terão que lidar com isso. Não vou abrir mão do meu compromisso com a sustentabilidade e o futuro de Minas Gerais”, finalizou a publicação.
Processo contra nomeação
Barreto é ex-secretária de Estado de Planejamento e Gestão do governo Zema e foi candidata a vice-prefeita de Belo Horizonte na chapa encabeçada pelo deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), derrotada no primeiro turno da disputa.
Luísa assumiu o cargo em fevereiro deste ano. A liminar em primeira instância foi obtida na sexta-feira (6 de junho) a partir de ação popular apresentada em março à Justiça pelo deputado estadual Professor Cleiton (PV). A argumentação foi que a indicação da ex-secretária violava a Lei das Estatais em dois pontos: Luísa, por ter sido secretária, não poderia assumir uma empresa pública do mesmo governo que serviu. O outro ponto diz respeito às eleições. A ex-auxiliar de Zema estaria impedida de assumir os cargos por não cumprir quarentena de 36 meses.
A derrubada da liminar ocorreu em decisão do presidente do TJ, Luiz Carlos de Azevedo Correa Júnior, responsável por analisar recurso apresentado pelo governo do estado. Segundo posicionamento do governo acatado pelo magistrado, a legislação não impede a nomeação para as empresas públicas de quem ocupava cargo na mesma istração, mas, sim o acúmulo de cargos, o que não ocorreu.
Em relação à participação de Luísa nas eleições, o presidente do TJ acatou a argumentação do estado de que a disputa foi no âmbito municipal e, não, estadual, no qual a ex-secretaria atua.