BRASÍLIA - ados dois anos dos atos de 8 de janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não conseguiu identificar e punir os responsáveis por investir e financiar as depredações em Brasília.
Embora centenas de pessoas que participaram ativamente tenham sido identificadas e processadas - 371 até agora -, a rede de financiamento que possibilitou a logística dos atos com o custeio de transporte, alimentação e estadia na cidade ainda permanece nebulosa.
O valor dos danos materiais e a amplitude das depredações, estimados em pelo menos R$ 26 milhões, exigem uma apuração minuciosa. O desfecho para quem bancou os atos, porém, parece distante.
Logo após os acontecimentos em 2023, a Advocacia-Geral da União (AGU) iniciou ações judiciais contra 52 pessoas e sete empresas que teriam custeado o transporte de manifestantes para a capital do país.
Essas ações visam obter indenização por dano moral coletivo, buscando responsabilizar os que facilitaram a chegada dos envolvidos trazidos de diversos Estados do país ao Distrito Federal. Contudo, a maioria dos acusados segue sendo processada apenas na esfera cível, com o objetivo de reparação financeira, e não criminal.
Dentre os nomes envolvidos está o de Pedro Luis Kurunczi. O empresário de Londrina (PR) é o único a responder na esfera criminal, sendo acusado de atuar diretamente na organização. Ele teria fretado quatro ônibus ao custo de R$ 59,3 mil para transportar 108 apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas não foi julgado.
A lentidão nas investigações sobre os responsáveis financeiros dos atos e a dificuldade de traçar a rede que sustentou as invasões revelam a complexidade do caso, que se desvia de soluções rápidas e exige uma busca cuidadosa por evidências claras de envolvimento e responsabilidade.