BRASÍLIA - A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a aumentar, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (13), depois de uma leve recuperação. O instituto aponta que o índice ou de 38%, no começo de abril, para 40%. Em fevereiro, o governo atingiu o pior patamar, com 41% de reprovação. Dos entrevistados, 28% aprovam a gestão petista, ante 29% que o julgavam ótimo ou bom, em abril. 

Com a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o cenário é de estabilização. 

O freio na recuperação pode ser explicado pela crise do INSS, que ainda impacta a imagem do governo. Operação da Polícia Federal revelou um esquema de fraudes em descontos indevidos de mensalidades associativas em benefícios do INSS, de 2019 a 2024.  

Na avaliação do trabalho de Lula como presidente, 46% aprovam (eram 48% em abril) e 50% desaprovam (eram 49%). 

O Datafolha ouviu 2.004 eleitores em 136 municípios do Brasil nesta terça-feira (10) e quarta-feira (11). 

Confira os números:  

  • Ótimo/bom: 28% (eram 29% em abril)
  • Regular: 31% (eram 32% em abril)
  • Ruim/péssimo: 40% (eram 38% em abril)
  • Não sabem: 1% (era 1% em abril)  

Lula diz estar 'feliz da vida'

Em discurso na semana ada, o presidente Lula minimizou o noticiário negativo sobre seu governo, como o aumento de sua desaprovação nos últimos meses, e afirmou estar “feliz da vida”.

No entanto, Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), tem buscado aumentar as falas do presidente, seja em entrevista, seja em viagens pelo país.

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), o governo conseguiu estabilizar, e o objetivo agora é voltar a ter índices de aprovação maior que a desaprovação até o fim de 2025. E ele acredita que Sidônio será capaz de alcançar essa meta.

"O Sidônio, na minha avalição, está impondo outro ritmo. Ele toma a posse e tem a crise do Pix. Todas as pesquisas foi uma recuperação depois daquele episódio do Pix e depois dessa crise uma estabilidade. Estamos trabalhando Lula nas ruas, mostrando as realizações, nosso desafio é voltar os índices com aprovação maior que a desaprovação até o fim do ano", afirmou o líder.

"Aquele foi o pior período. Agora conseguimos estabilizar. Estávamos em processo de recuperação. Essas crises conseguimos interromper. Os números da economia são bons, temos entrega, temos colocar nosso Lula, nosso Pelé, nosso campeão nas ruas, falando com o povo. Sei que a tarefa internacional é importante, o apelo que fazemos é mais andança pelo povo, pelos estados, reforçando esse diálogo", acrescentou.

Crise do INSS pode explicar freio

O presidente Lula tentou responsabilizar o governo de Jair Bolsonaro (PL) pelo esquema de fraudes no INSS, já que teria começado em 2019.  

"Todo mundo sabe que isso é um erro feito no governo ado, possivelmente propositadamente. A gente ainda não está fazendo as coisas, denunciando fortemente, porque nós temos que apurar. A CGU é muito séria, a AGU é muito séria e a PF é muito séria, então nós vamos investigar", afirmou o petista.

Mesmo assim, os descontos foram feitos durante dois anos da gestão petista, o que acabou prejudicando a imagem do governo.  

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também divulgou um vídeo sobre o escândalo do INSS em suas redes sociais, assim como aconteceu na crise do Pix. Em 15 horas, a postagem teve mais de 60 milhões de visualizações nas redes sociais. Na peça, Nikolas defendeu Bolsonaro e reforçou vínculos de pessoas próximas a Lula com a fraude. 

Além disso, o governo ainda corre o risco de enfrentar uma MI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para apurar o "roubo dos velhinhos", como chama a oposição. O requerimento já tem as s necessárias, mas a instalação da comissão depende do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).