BRASÍLIA — MDB e Republicanos articulam uma federação, que ampliará a força dos partidos, alcançando um contingente de 88 deputados e 15 senadores no Congresso Nacional. O número garantirá ao grupo a terceira maior bancada da Câmara, atrás apenas da federação União Progressista — entre União Brasil e PP — e do PL, maior partido com seus 90 deputados. As recentes movimentações políticas pavimentarão quatro grandes forças políticas no Congresso, como defende o presidente do MDB em Minas Gerais, deputado federal Newton Cardoso Jr.
“Depois de um período de muita proliferação partidária com pequenas siglas que am a não ter fidelidade a qualquer ideologia… Sem qualquer demérito. Mas, esse G4 aria a representar de verdade as forças do Congresso Nacional e a representação central do Brasil com esquerda, direita e forças de centro”, afirmou. Com a aliança de MDB e Republicanos, a configuração do G4 incluiria ainda o União Progressista, PL e PT.
Nessa altura, MDB e Republicanos caminham para concluir a federação; as articulações agora avançam nos diretórios regionais dos partidos. “Cada Estado tem sua realidade e sua independência enquanto diretório. Assim como também procurar dar total independência aos diretórios municipais. No caso dos estaduais, é preciso que os diálogos sejam feitos nos Estados para que depois o diretório nacional se organize e debata a viabilidade. Esses os estão sendo dados”, avaliou.
Em Minas Gerais, o partido ainda se debruça sobre outras questões que emergem nessa véspera de ano eleitoral. O MDB não descarta optar por um candidato próprio ao Palácio Tiradentes — que precisará concorrer com Mateus Simões (Novo), vice-governador e nome apoiado pelo governador Romeu Zema (Novo) para a sucessão. Entre as opções estão o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Tadeu Leite (MDB), o líder do Governo Zema, deputado estadual João Magalhães (MDB), e o deputado federal Hercílio Coelho Diniz (MDB).
Outro nome à vista é o senador Rodrigo Pacheco — hoje filiado ao PSD mineiro. Se for candidato ao governo de Minas, ele contará com o apoio direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A possibilidade de Pacheco trocar o PSD pelo MDB é tratada nos bastidores. “Ele [Pacheco] já manifestou seu carinho, e sua até vontade de retornar ao MDB, mas não fui objetivamente procurado por ele para tratar dessa matéria”, respondeu Newton Cardoso Jr. quando perguntado sobre o assunto. Em relação à eleição mineira, o deputado avalia que o partido está aberto ao diálogo. “Precisamos discutir o cenário de Minas primeiro do ponto de vista do projeto, antes de escolher as pessoas”, considerou.
Bancada de MG define coordenador no dia 10
Uma turbulência engoliu a bancada de Minas Gerais no Congresso no ano ado e expôs um racha no grupo. Um clima de competição cercou mais de cinco deputados interessados em assumir a coordenação da bancada — entre eles o atual coordenador Luiz Fernando Faria (PSD-MG). O apoio dos mineiros era disputado também por Igor Timo, também filiado ao PSD de Minas. O desejo de assumir a coordenação existia ainda em Newton Cardoso Jr., Greyce Elias (Avante-MG) e Paulo Guedes (PT-MG).
O principal obstáculo para definir a sucessão de Luiz Fernando Faria era a ausência de uma norma para regulamentar o procedimento de eleição para a liderança da bancada. Os deputados construíram, então, nos últimos meses, um regimento. A definição acontecerá no dia 10, em reunião da bancada na Câmara dos Deputados. Newton Cardoso Jr. se mantém como candidato. “O regimento recém-aprovado vai permitir uma renovação, uma oxigenação maior. E para contribuir com essa oxigenação, essa renovação na condução da bancada, coloquei meu nome à disposição”, disse.
Ao Café com Política, o deputado federal, que deve concorrer à reeleição, não descartou a possibilidade de disputar a prefeitura de Contagem. “Hoje é cedo para responder. Gostaria de ter essa resposta na ponta da língua. Agora, é claro que o coração bate forte quando falo da cidade de Contagem… Tenho uma história política hoje construída e também o legado de Newton Cardoso, meu pai, em Contagem. É algo que precisa ser lembrado, e tenho um senso de responsabilidade pela continuidade desse legado”, afirmou.