Após derrubar o quórum durante a primeira tentativa de votação da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o governador Romeu Zema (Novo) foi atrás do procurador geral da República, Paulo Gonet, nesta segunda-feira (15/07). A Procuradoria Geral da República (PGR) foi intimada pelo presidente interino do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, a se manifestar sobre o pedido do governo Zema para que o prazo para que o Estado volte a pagar a dívida de cerca de R$ 165 bilhões com a União. 

A informação foi confirmada por interlocutores do governo Zema. Gonet teria dito ao governador que daria prioridade à intimação de Fachin. "Agora, o tempo deles não é o nosso tempo", disse o auxiliar, logo após confirmar que Zema ou o procurador geral da República. O presidente interino do STF intimou a PGR a se manifestar com urgência, em até 48 horas, após chegarem aos "autos informações úteis à instrução do pedido". Antes de provocar a procuradoria, Fachin já havia recorrido à Advocacia Geral do Senado e à Advocacia Geral do Estado (AGE) para decidir se atenderá ao pedido de Zema. 

A AGE pediu que o prazo, que, hoje, se encerra no próximo sábado (20/07), seja prorrogado até 28 de agosto, quando o mérito da última liminar que estendeu o prazo até o próximo sábado será analisado pelo plenário do STF, ou, então, até a regulamentação do Propag. Encaminhado ao Congresso Nacional na última terça, o programa - Projeto de Lei Complementar (PLP) 121/2024 - aguarda a análise do plenário do Senado e ainda ará pelo crivo da Câmara dos Deputados.

Gonet não é a primeira autoridade envolvida no processo a quem o governador recorre. Nesta segunda, Zema fez uma videoconferência com o próprio Fachin, em que enfatizou que o Estado concorda em retomar o pagamento das parcelas do serviço da dívida com a União, caso o prazo seja novamente prorrogado, como reivindicou a Advocacia Geral da União (AGU). Na última quarta (10/07), o governador já havia sinalizado ao secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, para sensibilizar o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a concordar com a nova extensão. 

Enquanto o núcleo-duro do Palácio Tiradentes aguarda os desdobramentos em Brasília, a articulação do governo Zema traça qual será a estratégia para votar a adesão ao RRF em plenário na ALMG. Antes da nova intimação de Fachin, a base derrubou o quórum da reunião das 14h, o que levou o presidente da ALMG, Tadeu Martins Leite (MDB), o Tadeuzinho, a encerrar a sessão, já que o número de deputados presentes era insuficiente para iniciar a votação. A próxima reunião está agendada para 18h.