A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, na manhã desta terça-feira (6), um homem condenado por estupro de vunerável, segundo a investigação ele teria abusado da sobrinha de 11 anos em 2015. Outras quatro pessoas foram presas também pelo mesmo crime em Belo Horizonte. Além deles, dois menores foram apreendidos. As prisões fazem parte de mais uma fase da operação Arcanjo, que tem como foco o combate a crimes sexuais praticados contra crianças e adolescentes.

Segundo a PCMG, as ações de hoje fazem parte do Maio Laranja, campanha nacional que promove a conscientização e o enfrentamento à exploração e ao abuso sexual infantil. De acordo com as delegadas, Carolina Bechelany e Danúbia Quadros, o objetivo da operação é não apenas punir os agressores, mas também alertar a sociedade sobre a importância das denúncias e da proteção integral de crianças e adolescentes.

Conforme investigações feitas pela PCMG, um homem de 55 anos foi preso no Barreiro, em Belo Horizonte, por abusar sexualmente da sobrinha que na época tinha 11 anos. Segundo o delegado Diego Lopes, o homem ameaçava a menina e dava dinheiro a ela para que ela não contasse sobre os abusos. 

O delegado também informou que os pais suspeitavam que havia algo errado devido ao dinheiro que ela tinha e pelo seu comportamento. Segundo Diego,  a menina relatou os abusos através de uma carta que entregou aos pais. "Ela teria deixado uma carta em que relatava os abusos que teria sofrido, isso porque os pais já suspeitavam. Esse tio, como forma de calar a vítima, dava dinheiro a ela", disse o delegado.

Ele foi condenado a 10 anos e 10 meses de reclusão.

Abusos sexuais e pornografia infantil: mais quatro prisões na Operação Arcanjo

Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), os demais suspeitos foram detidos em diferentes regiões da capital mineira. Cada prisão está ligada a uma investigação distinta, com vítimas e circunstâncias específicas. Os detalhes dos casos foram apresentados em coletiva de imprensa realizada na sede do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra a Pessoa (DHPP). 

Um homem de 55 anos foi condenado a 29 anos de prisão por estupro de vulnerável contra sua sobrinha. Ele foi preso no bairro Alto Vera Cruz, na região Centro-Sul da capital. O crime foi cometido em 2019, quando a vítima tinha apenas 8 anos. “Trata-se de um abuso que se perpetuou ao longo de muito tempo, por isso a condenação a uma pena bastante alta", afirmou o delegado Diego Lopes. 

Também na região Centro-Sul da capital, no bairro Santa Lúcia, um homem de 31 anos foi preso após utilizar redes sociais para aliciar adolescentes. Ele se ava por um jovem de 16 anos em seu perfil e marcou um encontro com uma menina de 12 anos. O crime ocorreu em 2023. Conforme informou o delegado, os pais perceberam várias marcas pelo corpo da filha e desconfiaram da situação. “Ele se ou por menor de idade, dizia que tinha apenas 16 anos. Marcaram um encontro e tiveram uma relação sexual. Os familiares, ao notarem lesões no corpo da adolescente, desconfiaram, conseguiram chegar até o autor e fizeram a denúncia", relatou. 

Outro caso ocorreu no bairro São Marcos, na região Nordeste de Belo Horizonte, onde um homem de 32 anos foi preso preventivamente por abusar de sua vizinha de 11 anos. Segundo a PCMG, a menina tinha medo de contar por receio de que sua família não acreditasse nela. Após diversos episódios de abuso, ela contou ao irmão, que foi imediatamente à delegacia registrar a denúncia. “Ela foi abusada por muito tempo e tinha medo de não acreditarem nela. Contou para o irmão, e ele foi à delegacia”, disse a delegada Thais Degani. 

De acordo com o delegado Diego Lopes, um homem de 40 anos foi preso preventivamente por possuir e consumir pornografia infantil. A prisão ocorreu no bairro Itatiaia, na região da Pampulha. Segundo os policiais, foi uma situação atípica, pois o homem já aguardava a prisão e se mostrou muito tranquilo. "Esse indivíduo relatou à equipe de policiais que já esperava ser preso, assumiu e confessou que realmente tinha essa prática e que estava pronto para pagar seu débito com a sociedade", afirmou o delegado. 

Dois jovens respondem por estupro de vulnerável cometido na adolescência

O delegado Ângelo Ramalho relatou dois casos de abuso sexual investigados pela corporação, ambos ocorridos em 2021. Segundo ele, os suspeitos eram adolescentes na época dos crimes, mas atualmente já são maiores de idade. “Os fatos ocorreram em 2021. Esses dois indivíduos eram menores à época, mas hoje já são maiores. Eles respondem de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) pelos atos que praticaram enquanto ainda eram menores”, explicou. 

O primeiro caso envolve um homem de 20 anos que teria abusado sexualmente do irmão, então com 11 anos. “Em 2021, ele teria abusado sexualmente do próprio irmão materno, que tinha 11 anos. Na época, o autor tinha 16 anos”, disse o delegado. 

O segundo caso foi cometido por uma mulher que atualmente tem 20 anos. Em 2021, ela trabalhava como babá de três irmãos — uma menina de 8 anos e dois meninos, de 10 e 11 anos. “Ela tinha 16 anos à época e foi contratada para cuidar dessas três crianças. Em 2021, ela teria abusado sexualmente dos três”, relatou Ramalho. 

O delegado ainda fez um alerta sobre a vulnerabilidade das vítimas e a responsabilidade da sociedade na prevenção desses crimes. “Chama a atenção que, na maioria dos casos, é sempre uma pessoa próxima: um tio, um irmão ou alguém que utiliza as redes sociais. Por isso, é importante que a família esteja atenta, principalmente às pessoas do convívio e também à questão da internet”, afirmou. 

Por fim, ele reforçou a importância do acolhimento e da escuta às crianças e adolescentes. “É sempre importante que a gente olhe pelos nossos menores, que saiba acolhê-los e converse com eles. Se ocorrer alguma situação, é essencial que a criança ou o adolescente não guarde para si, que compartilhe, para que possa ser ajudado”, concluiu.