A família da bebê de quatro meses agredida por um homem de 36 anos, na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte, deve acionar o agressor na Justiça com um pedido de indenização por danos morais. O caso aconteceu na última quinta-feira (5 de junho) e ganhou repercussão após o suspeito alegar ter confundido a criança com uma boneca do tipo reborn.

Segundo o advogado Marcus Vinícius Ferreira Cardoso, que representa os pais da criança, a família está profundamente abalada com o episódio. “O pai, a mãe, a avó materna e o irmão de dois anos presenciaram a agressão. Todos estão dormindo mal desde então. Estão todos em acompanhamento médico e sob uso de medicação”, afirmou.

A agressão ocorreu em plena luz do dia, quando o homem se aproximou da família em um restaurante. De acordo com relatos, ele teria brincado com a criança e, em seguida, desferido um tapa no rosto da bebê, atingindo a região da nuca. A menina sofreu um inchaço atrás da orelha e foi levada ao Hospital João XXIII, onde recebeu atendimento de urgência.

A médica que a examinou alertou para a gravidade do risco envolvido. “Ela destacou que, pela posição da bebê no colo da mãe, o golpe poderia ter provocado uma lesão craniana ou na coluna cervical”, informou o advogado.

Liberdade provisória

O agressor foi preso em flagrante, mas solto na noite de domingo (8), após o pagamento de fiança no valor de R$ 4.554 — o equivalente a três salários mínimos. A Justiça entendeu que, por ora, o caso se enquadra como lesão corporal leve, uma vez que o hospital não informou o grau exato da lesão. A bebê teve alta na sexta-feira (6).

O homem deverá comparecer mensalmente à Justiça e se apresentar em todos os atos do processo. Na audiência de custódia, a defesa afirmou que ele está arrependido, trabalha como entregador e vendedor, não tem antecedentes criminais, filhos nem cônjuge, e que confundiu a criança com uma boneca realista.

Providências legais

Segundo o advogado da família, a liberdade provisória causou indignação nos pais. “Expliquei que é o que prevê a lei para casos como este. Mas a família quer justiça. Vamos acompanhar as investigações e também mover uma ação civil de reparação”, disse Marcus Cardoso.

Ele acrescentou que o agressor assumiu ter cometido a agressão de forma consciente, embora tenha dito que havia ingerido bebida alcoólica. “Ainda que não estivesse visivelmente embriagado, o que importa é o dano causado. A expectativa é que a indenização possa, ao menos, amenizar parte do trauma vivido por essa família.”