Recentemente, a International Football Association Board (IFAB) anunciou uma mudança importante na Regra 14, que trata da cobrança de pênalti, após a polêmica envolvendo Julián Alvarez na disputa entre Real Madrid e Atlético de Madrid pela Champions League. Após o anúncio, um árbitro espanhol contou que a IFAB "ficou muito irritada" com a Uefa por tentar explicar a regra.

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No programa "El Larguero", da "Cadena SER", Iturralde González, conhecido árbitro espanhol, explicou a situação e afirmou que a Uefa não tinha o direito de publicar um vídeo tentando explicar o porquê da anulação do pênalti de Álvarez.

— Uma instituição da seriedade da Uefa publica um vídeo - que agora você acredita ou não acredita - no qual mostra que Julián Álvarez toca duas vezes na bola durante o pênalti. E a Uefa diz: ‘por esses dois toques, o pênalti foi corretamente anulado’. Isso é das coisas mais graves que pode acontecer… porque a IFAB responde à Uefa: ‘o que você está me dizendo?!’ Uma instituição como a Uefa não conhece as regras do jogo? O grande escândalo disso é que a Uefa publica um vídeo dizendo que o árbitro acertou. E a IFAB, que é a única que pode falar sobre regulamento, diz: ‘o que você está dizendo? Que barbaridade é essa que você está dizendo? — relatou o árbitro espanhol.

O lance, ocorrido em uma disputa por pênaltis, envolveu um duplo toque acidental do atacante argentino, algo que até então não estava claramente previsto nas regras do jogo.

Entenda a mudança na regra

Segundo a circular nº 31 publicada pela entidade, a partir de julho de 2025 — ou até antes, em competições como o Mundial de Clubes — a regra será mais específica em relação a esse tipo de situação. Se um jogador, ao escorregar ou de forma acidental, tocar a bola com ambos os pés ao mesmo tempo ou com o pé de apoio imediatamente após a batida, e o lance resultar em gol, a cobrança deverá ser repetida.

O caso de Julián Alvarez se enquadra exatamente nesse cenário. O IFAB explicou que, por não haver previsão explícita, os árbitros vinham penalizando automaticamente o batedor por "tocar a bola duas vezes", o que resultava em tiro livre indireto ou, no caso das disputas de pênaltis, no registro do chute como desperdiçado. No entanto, a entidade reconhece que isso pode ser injusto com os goleiros, que são prejudicados pela mudança inesperada na trajetória da bola, mesmo quando o toque extra não é intencional.

Essa parte da Regra 14 foi pensada para toques deliberados, como quando o jogador chuta e a bola volta da trave e ele toca novamente antes de outro jogador. Mas a situação de um escorregão é completamente diferente e exige outro tipo de interpretação - destacou a circular.

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Como fica a regra a partir de julho de 2025:

  • Se houver duplo toque acidental e o gol for marcado: a cobrança será repetida.
  • Se houver duplo toque acidental e o gol não for marcado: o lance será registrado como erro, e o time adversário terá a posse de bola com tiro livre indireto (exceto em disputa de pênaltis, onde não há tiro livre).
  • Se o toque for deliberado (com intenção clara): sempre será considerado infração, com tiro livre indireto ou o pênalti computado como perdido.
Julián Alvarez teve sua cobrança de pênalti anulada por dois toques na bola no duelo da Champions League entre Atlético de Madrid e Real Madrid (Foto: Javier Soriano/AFP)
Julián Alvarez teve sua cobrança de pênalti anulada por dois toques na bola no duelo da Champions League entre Atlético de Madrid e Real Madrid (Foto: Javier Soriano/AFP)

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