Depois de estrear no comando da seleção na última semana, no empate em 0x0 contra o Equador, em Quito, pelas Eliminatórias da Copa, Carlo Ancelotti será oficialmente apresentado à torcida brasileira na noite desta terça-feira (10), ao estrear 'em casa' diante do Paraguai, na Neo Química Arena.
Apesar de ser considerado um dos maiores treinadores do mundo e com forte apelo midiático, Carlo Ancelotti é natural de Reggiolo, na Itália, e pode sofrer um choque cultural junto aos torcedores brasileiros. Para especialistas, Ancelotti chega com status e bastante querido pelos fãs do país, mas precisará popularizar sua imagem.
“Carlo Ancelotti possui a imagem de um técnico multicampeão, é um vencedor na carreira. É fundamental que ele leia, estude bastante sobre a cultura e características do povo brasileiro. As chances de se comunicar de forma efetiva e ganhar a aceitação dos torcedores aumentará bem”, afirma Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo.
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— CBF Futebol (@CBF_Futebol) June 10, 2025
A Seleção Brasileira enfrenta o Paraguai nesta terça-feira (10), às 21:45, na Neo Química Arena, em São Paulo.
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Para Claudio Fiorito, CEO da P&P Sport Management Brasil, empresa que gerencia a carreira de atletas, “os jogadores brasileiros são vistos como os melhores do mundo, então nada mais justo do que ter um técnico do mesmo nível, com bagagem nos maiores times do planeta. A chegada do Ancelotti eleva o padrão — não só pelo que ele pode oferecer dentro de campo, mas também pela experiência e aprendizado que carrega na carreira, o que pode trazer ganhos em várias áreas."
Futebol brasileiro 'mais profissional'
Técnicos estrangeiros têm sido cada vez mais comum no futebol brasileiro. A profissionalização dos dirigentes pode ser apontado como um dos fatores que motivaram a busca por alternativas fora do país, e com bons trabalhos de alguns treinadores, existe uma aceitação maior no cenário nacional.
"Nosso campeonato já não é mundialmente relevante, econômica e tecnicamente, faz pelo menos duas décadas. Os mais qualificados o deixam cada vez mais cedo, e muitos sequer chegam a disputar o mesmo. Restringir o comando de nossa Seleção a quem só comandou equipes nesse campeonato é no mínimo imprudente", argumentou Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, que gerencia a carreira de centenas de atletas.
"Uma Seleção protagonista precisa ter em todo o seu entorno pessoas que convivem e enfrentam os protagonistas em âmbito mundial. Não se trata de termos um treinador brasileiro ou estrangeiro, mas de termos um treinador que na última década se submeteu aos mais relevantes desafios, e com provas dadas de ser capaz de os superar", completou.
Estrangeiros que comandaram o Brasil
Ao longo da história, três treinadores estrangeiros já comandaram o Brasil: Ramón Platero, Joreca e Filpo Nuñez. Platero, de origem uruguaia, foi o primeiro durante o Sul-Americano de 1925. Já Jorges Gomes de Lima, conhecido como Joreca, era natural de Portugal e dirigiu a seleção em apenas dois jogos, dividindo o posto com Flávio Costa, em 1944.