Após o boliviano Miguelito, meia-atacante do América, ser detido em Ponta Grossa, no Paraná, sob acusação de injúria racial a Allano, jogador do Operário, Alencar da Silveira Júnior, presidente do Conselho gestor do Coelho, relembrou que o autor da denúncia já teria feito uma 'acusação infundada' em um ado bem recente.

A declaração de Alencar da Silveira foi gravada no momento em que o dirigente do América estava em um aeroporto. No vídeo, ele é bem direto sobre o assunto.

“Recebi um telefone de um amigo de Portugal. Ele falou: ‘Alencar, depois você apura porque o mesmo cara (Allano) que fez a denúncia, fez em Portugal. E essa denúncia foi infundada, não teve o que foi relatado pelo jogador’, inicia Alencar no vídeo.

O dirigente também cita uma matéria divulgada por vários veículos de comunicação de Portugal a respeito do caso. "Gostaria de relatar para todos amigos e amigos, e também para imprensa, essa mesma matéria de 2022, quando o jogador falava de racismo e isso não aconteceu”, acrescentou Alencar da Silveira.

O caso citado por Alencar ocorreu em agosto de 2022, quando Allano defendia o Santa Clara e foi enfrentar o Boavista, fora de casa, então pela segunda rodada do Campeonato Português.

Na ocasião, Allano relatou ter sido alvo de ofensas racistas de torcedores do Boavista quando se encaminhava para o vestiário, no intervalo do jogo.

Como o árbitro relatou na súmula da partida a denúncia feito por Allano, um processo disciplinar foi aberto. Entretanto, ao final das apurações, o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol julgou a acusação de Allano como 'improcedente', já que não havia elementos que comprovassem as possíveis injúrias proferidas pelos torcedores.

Em entrevista à O TEMPO Sports, Alencar da Silveira já havia questionado o que considera 'choque de versões' apresentadas por Allano. De acordo com o dirigente do América, o jogador do Operário teria dito uma coisa ao árbitro do jogo, ainda em campo, e outra ao prestar depoimento na delegacia.

O episódio ocorreu no último domingo (4), na partida entre Operário e América, no estádio Germano Krugger, em Ponta Grossa, pela sexta rodada da Série B do Brasileiro.

Aos 30 minutos do primeiro tempo, Allano parte para cima de Miguelito, indignado, querendo tirar satisfação por algo que o atleta do América teria dito. Ele apresenta a denúncia ao árbitro do jogo, que aciona o protocolo antirracista, com a partida ficando paralisada por cerca de 15 minutos.

Na súmula, o árbitro Alisson Sidnei Furtado relatou que Allano afirmou ter sido "chamado de ‘preto cagão’" por Miguelito, mas ressaltou que nem ele nem nenhum outro integrante da equipe de arbitragem viu/ouviu o possível xingamento.

Ao término da partida, Miguelito, Allano e o volante Jacy, que teria testemunhado o xingamento, foram conduzidos até uma delegacia, onde prestaram depoimento.

Miguelito acabou sendo preso em flagrante. Na segunda (5), ele ou por audiência de custódia ainda em Ponta Grossa e só foi liberado à tarde para retornar a Belo Horizonte.