O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal de Federal (STF), autorizou que a “I dos Atos Antidemocráticos do DF” tome o depoimento do coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-comandante do Departamento de Operações (DOP) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
Naime está preso preventivamente desde o dia 7 de fevereiro e é investigado por suposta conivência com os ataques criminosos que destruíram prédios dos três Poderes. O depoimento está previsto para acontecer nesta quinta-feira (16), às 9h30, e ele será ouvido como testemunha. No entanto, ele optar por não comparecer, e neste caso, não poderá ser conduzido coercitivamente.
Moraes atendeu a um pedido dos próprios deputados distritais de Brasília que compõe a comissão. Nele, os parlamentares argumentaram que o depoimento de Naime era necessário para “preservar o bom andamento da I”, que trabalha para identificar os responsáveis pelos atos e “desdobramentos dos graves fatos ocorridos no dia 8 de janeiro”. Eles ressaltaram que, na condição de testemunha, o coronel teria preservado seu direito de ficar em silêncio, e que seria evitada a exposição midiática.
Na data em que foi preso, a reportagem de O TEMPO revelou que mesmo estando de férias, ele visto na Esplanada dos Ministérios durantes os atos e que, no dia seguinte, o coronel tentou fugir de Brasília levando os filhos. A fuga acabou sendo barrada pois a ex-esposa, mãe das crianças, soube do plano antes e registrou boletim de ocorrência.
O TEMPO tentou falar com a defesa de Jorge Eduardo Naime para saber se ele comparecerá ao depoimento desta quinta, mas não conseguiu contato.
Inicialmente, a Câmara Legislativa do DF havia solicitado que o ex-ministro Anderson Torres fosse ouvido nesta quinta, às 10h. No entanto, por solicitação do corregedor eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, outro depoimento de Torres foi marcado no mesmo dia e horário. Ele será ouvido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na condição de testemunha, no âmbito de uma ação que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder político. Este depoimento acontecerá por meio de videoconferência e Torres não poderá faltar.
Os deputados distritais sugeriram que o depoimento de Anderson Torres na I do DF fosse remarcado para o dia 23 de março. No entanto, sua defesa já se manifestou no STF, na noite desta quarta, contra seu comparecimento.
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