BRASÍLIA — O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, repetiu nesta segunda-feira (26) uma manifestação de apoio à regulação das redes sociais e da inteligência artificial. Ele citou que o Congresso Nacional se debruça sobre a questão da IA e defendeu ser necessário atacar a disseminação de informações mentirosas.

"As pessoas hoje criam suas próprias narrativas e não compartilham mais os fatos comuns. A mentira virou uma estratégia poderosa na arena política", afirmou durante o Dia da Indústria, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. "Precisamos fazer com que mentir volte a ser errado", acrescentou.

Barroso narrava a trajetória da revolução industrial e citava alguns dos malefícios atrelados ao rápido avanço tecnológico. Sem a devida regulação das redes pelo Congresso Nacional, com o assunto travado na Câmara dos Deputados, o STF se debruça sobre a questão das plataformas digitais através do Marco Civil da Internet, tratado em julgamento na Corte.

Quanto à inteligência artificial, o tema é centro de uma comissão especial na Câmara, instalada pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) — com presidência da deputada Luísa Canziani (PSD-PR) e relatoria do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Motta também participou da abertura do Dia da Indústria nesta segunda, e, inclusive, citou a questão da IA. Ele citou que é importante discutir o tema e trazer para as audiências os setores que têm relação com o assunto.

"Não há como pensarmos uma legislação moderna e atual para nosso país, na área da inteligência artificial, se não tivermos lá o que é importante para a indústria. Precisamos de uma legislação que impulsione o Brasil, trazendo protagonismo para uma área tão importante", sustentou.

Barroso ainda se debruçou sobre os benefícios trazidos pela IA e citou, como exemplo, o episódio do homem que se explodiu em frente ao Supremo Tribunal Federal.

O ministro lembrava que, graças à tecnologia, a polícia pôde desarmar uma bomba deixada pelo homem no apartamento onde morava em uma cidade-satélite de Brasília. Ele ainda pontuou que a própria Corte investe em inteligência artificial para otimizar os processos jurídicos e dar celeridade às ações.