BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, declarou nesta quarta-feira (14) que o ministro Alexandre de Moraes agiu com correção e “assertividade” na condução de inquéritos que envolveram relatórios solicitados por ele ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O PGR foi mais um a sair em defesa do magistrado responsabilizado por solicitar, por meio não formal, dados à Justiça Eleitoral envolvendo investigados do inquérito das fake news.

Reportagem do jornal Folha de São Paulo mostrou que mensagens revelam um fluxo fora do rito oficial envolvendo os dois tribunais, com a utilização do órgão de combate à desinformação do TSE para investigar e abastecer um inquérito de outro tribunal, o STF, em assuntos relacionados ou não à eleição daquele ano.

“Eu posso acrescentar que nessas e também em outras tantas oportunidades eu pude, pessoalmente, viver, verificar, quer na minha atuação junto ao Tribunal Superior Eleitoral, quer aqui no Supremo Tribunal Federal, as marcas de coragem, diligência, assertividade e retidão nas manifestações, nas decisões e na modo de conduzir o processo do ministro Alexandre de Moraes”. 

Gonet, que também é procurador-geral Eleitoral, informou que o Ministério Público não deixou de ser consultado e sempre teve espaço para intervenções nas conduções das investigações sobre os casos. “Invariavelmente, onde cabia nos processos sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, a intervenção da Procuradoria-Geral da República ou da Procuradoria-Geral Eleitoral, houve a abertura de oportunidade para a atuação do Ministério Público”, disse. 

O que revela reportagem sobre Moraes

De acordo com reportagem da Folha de São Paulo, há mais de seis gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp por auxiliares de Moraes, entre eles o seu principal assessor no STF, que ocupa até hoje o posto de juiz instrutor (espécie de auxiliar de Moraes no gabinete), e outros integrantes da sua equipe no TSE e no Supremo.


Em algumas mensagens, assessores chegaram a relatar irritação de Moraes com a demora no atendimento às ordens dadas. “Vocês querem que eu faça o laudo?”, consta em uma das reproduções de falas do ministro. “Ele cismou. Quando ele cisma, é uma tragédia”, comentou um dos assessores. “Ele tá bravo agora”, disse outro.