BRASÍLIA - Ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) se referiu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como um “tirano” e “criminoso” durante seu discurso em ato na Avenida Paulista, neste 7 de setembro.
“Um criminoso que usa dos seus poderes a qualquer preço para poder silenciar e calar e impedir que nós saibamos a verdade. Quando ele derruba o X, o antigo Twitter, ele impede não somente a nossa voz, mas impede todas as vozes”, disse, no alto do carro de som.
Nikolas também chamou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de “covarde”, por não pautar o impeachment de Moraes. Parlamentares de oposição ao governo Lula recolheram s nas manifestações em São Paulo e em outras cidades do país para reforçar o pedido de impeachment contra o ministro do Supremo.
Pacheco já indicou que não vai dar andamento ao processo, que se aberto seria inédito no país. Diante disso, parlamentares da oposição apostam na ajuda popular. O documento deve ser protocolado na próxima segunda-feira (9).
“Os homens do ado teriam vergonha de você, Pacheco. Os homens do presente sentem vergonha de você, Pacheco. E nós assegurarmos que os homens do futuro também sintam vergonha de você, Pacheco. Paute o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, seu covarde.”
Em seu discurso, o parlamentar ainda pediu anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro. Além disso, afirmou que o apoio da bancada do PL ao candidato que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), escolher como sucessor estará condicionado à inclusão do projeto de Lei da Anistia na pauta do plenário. O partido conta com 92 deputados na Casa.
“Se um bandido é descondenado e assume a presidência da República e tem a sua liberdade, quanto mais baderneiros também merecem ter a sua liberdade”, afirmou. A proposta está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para ser votada na próxima terça-feira (10).
Atos do 7 de Setembro pedem impeachment de Moraes
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro reúnem-se, neste sábado, na Avenida Paulista, em São Paulo em uma manifestação que tem como alvo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
As manifestações foram convocadas no mês ado, após a publicação de mensagens de assessores de Moraes que mostraram que o ministro usou aparato do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fora do rito tradicional de pedido de serviços, para embasar decisões contra aliados do ex-presidente.
O protesto ganhou mais força depois da decisão do juiz de suspender a rede social X do bilionário Elon Musk no Brasil. A medida foi tomada após a empresa descumprir uma determinação de Moraes para indicar um representante legal no país, conforme previsto na legislação.
Pela manhã, o ex-presidente esteve em um hospital na capital paulista após sentir-se mal devido a uma gripe que o deixou sem voz, segundo seus assessores. Ele apresentou sintomas após retornar a São Paulo, depois de cumprir uma série de compromissos em Minas Gerais.
Ainda na sexta-feira (6), ele participou de um comício em Juiz de Fora, na Zona da Mata, e focou seu discurso em críticas ao Supremo e ao ministro Alexandre de Moraes.
"Iremos lá comemorar a independência porque não existe país independente com seu povo sem liberdade. Vamos desafiar o sistema que comecei a abrir suas vísceras há 6 anos. Nós mostramos para o Brasil o que é o STF. Aquele ministro do STF [Alexandre de Moraes] não dá mais, ele age como um obcecado para perseguir a minha pessoa”, discursou Bolsonaro.