A escolha das três principais comissões da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) coloca frente à frente deputados da base do governo Romeu Zema (Novo). Desde o fim do recesso parlamentar, na última segunda-feira (3 de fevereiro), as comissões de Constituição e Justiça, de istração Pública e de Fiscalização Financeira são pivô de uma disputa acirrada.

O rearranjo irá se desencadear após a decisão do recém-empossado Adalclever Lopes (PSD). Como Adalclever é ex-presidente da ALMG, o atual presidente, Tadeu Leite (MDB), o Tadeuzinho, o deixou à vontade para escolher se quer presidir uma comissão e, se assim for, qual irá presidir. A O TEMPO, um interlocutor pontuou que não há “ex-presidente na ALMG”. “Uma vez presidente, sempre presidente”, disse.

Adalclever estaria inclinado a assumir a Comissão de istração Pública, que era presidida por Leonídio Bouças (PSDB). Além do próprio Leonídio, que tem pretensão de ser reconduzido, os deputados Rafael Martins (PSD) e Roberto Andrade (PRD) disputam a presidência da Comissão de istração Pública.

A eventual escolha de Adalclever pela Comissão de istração Pública desencadeará as escolhas para a presidência das comissões de Constituição e Justiça e de Fiscalização Financeira e Orçamentária. O deputado Zé Guilherme (PP), pai do secretário chefe da Casa Civil do governo Zema, Marcelo Aro (PP), é o favorito para a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, onde ficou entre 2023 e 2024.

Entretanto, o colegiado é o palco da disputa mais acirrada entre deputados da base de Zema. Apesar de Zé Guilherme estar próximo de ser reconduzido, o deputado Doorgal Andrada (PRD) pleiteia a presidência da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. Doorgal defende a aliados que um acordo, feito ainda em 2023, no início da legislatura, prevê que ele e Zé se revezem na presidência.

Entretanto, o trabalho de Zé Guilherme à frente da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária é bem avaliado por parlamentares, desde aqueles da base de Zema até aqueles da oposição. Enquanto tem bom trânsito entre os da oposição, ele é de confiança do governo. A avaliação pesou para mantê-lo à frente do colegiado.

Sem a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, Doorgal, que é um dos deputados mais próximos a Tadeuzinho, pode ser acomodado na presidência da Comissão de Constituição e Justiça. Ele desbancaria Arnaldo Silva (União Brasil), que presidiu o colegiado nos últimos dois anos e quer a recondução.

Interlocutores da ALMG observam que o rearranjo da presidência das três comissões irá observar a reorganização dos dois blocos da base de Zema. Com 24 deputados, o “Minas em Frente”, liderado por Cássio Soares (PSD), deve ter duas das três comissões principais. Já o “Avança Minas”, que tem 22, deve ter a comissão restante.

A possibilidade de Adalclever assumir a presidência da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas foi discutida nos bastidores da ALMG. O deputado Thiago Cota (PDT), que presidiu o colegiado nos dois últimos anos, é um dos cotados para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Apesar da hipótese, a Comissão de Transporte não está entre as principais da Casa.