Uma investigação judicial avaliará o envolvimento de agências estatais no assassinato brutal de Mohammed Amin Mukhtar. Ele foi morto em agosto de 2021, depois que sua namorada o amarrou com extensões elétricas e o estrangulou enquanto trocava mensagens de teor sexual com outro homem. A assassina, de 25 anos, foi condenada à prisão perpétua com pena mínima de 22 anos e meio em maio de 2022, após confessar o homicídio. 

De acordo com informações do Mirror, durante uma audiência preliminar, nesta terça-feira (10), foi determinado que a investigação avaliará "se a morte de Mohammed poderia ter sido evitada". A análise do caso se justifica porque Mohammed foi vítima de violência doméstica por anos antes de seu assassinato. 

Charlotte Dootson, que tinha transtorno de personalidade e histórico de dependência química, submeteu a vítima a abusos que se intensificaram ao longo do tempo.

Os incidentes de violência aconteceram entre maio de 2018 e julho de 2021. A polícia recebeu 12 chamados relacionados a agressões contra Mohammed nesse período. Quando o assassinato ocorreu, Dootson já estava sob investigação por supostamente ter estrangulado Mohammed com uma extensão elétrica em um incidente anterior.

As agressões aconteceram onde Mohammed morava. Dootson usava armas, incluindo facas, para agredi-lo em "numerosas" ocasiões, conforme relatado durante o julgamento.

Durante os três anos de violência documentada, Dootson foi presa três vezes e chegou a ficar detida por um mês em relação a uma das acusações, de acordo com o Manchester Evening News.

A data para a audiência final da investigação ainda não foi definida, mas deve durar aproximadamente sete dias. O médico legista da área, Paul Appleton, indicou que o processo provavelmente não ocorrerá antes do próximo ano, o que significa que a conclusão do caso ultraará os quatro anos desde o crime.

A investigação analisará as "ações tomadas para avaliar riscos e proteger o Sr. Mukhtar" pelas autoridades. Também será examinado o "compartilhamento de informações" entre a Polícia da Grande Manchester, o Conselho Municipal de Manchester e a Saúde Mental da Grande Manchester (GMMH) "em relação ao risco de violência representado pela Sra. Dootson a partir de junho de 2019".