O vinho tinto é uma bebida alcoólica produzida a partir da fermentação de uvas escuras, sendo conhecido por seu sabor marcante, aroma envolvente e variedade de estilos. Rico em tradição e cultura, ele costuma estar presente em comemorações, encontros românticos, jantares especiais e em momentos de relaxamento. Durante os dias frios, ganha ainda mais destaque, já que sua temperatura de consumo mais elevada e sua intensidade ajudam a aquecer e tornar a ocasião mais acolhedora.
Além disso, o vinho tinto proporciona benefícios à saúde, graças ao resveratrol. “É um potente antioxidante presente na casca da uva e potencializado pela fermentação do vinho tinto”, explica o Prof. Dr. Durval Ribas Filho, nutrólogo, Fellow da The Obesity Society – TOS (EUA), presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e docente da pós-graduação CNNUTRO.
Segundo o médico, o resveratrol e outros polifenóis da bebida contribuem “para a dilatação arterial, melhorando a circulação, com efeito antiplaquetário e neuroprotetor, além de fortalecer o sistema imunológico e melhorar a sensibilidade à insulina. Mas, como toda bebida alcoólica, o vinho deve ser consumido com moderação”, afirma.
Abaixo, confira alguns mitos e verdade sobre o vinho tinto!
1. O vinho tinto tem antioxidantes do bem
Verdade. O vinho tinto é rico em resveratrol, flavonoides e taninos — compostos com ação antioxidante que contribuem para o combate aos radicais livres e a proteção celular.
2. O vinho tinto faz bem para o coração
Verdade. Pode ajudar a aumentar o HDL (colesterol bom), reduzir a formação de coágulos sanguíneos e diminuir a inflamação nas artérias.
3. A bebida oferece proteção do cérebro e controle da glicemia
Verdade. Auxilia na prevenção de doenças neurodegenerativas, pois o resveratrol tem potencial neuroprotetor e pode atuar contra doenças como Alzheimer e Parkinson. O antioxidante também pode melhorar a sensibilidade à insulina, colaborando para o controle da glicose em pessoas com diabetes tipo 2.
4. Contribui para um intestino mais saudável
Verdade. O consumo moderado de vinho pode estimular o crescimento de bactérias benéficas no intestino, favorecendo o equilíbrio da microbiota intestinal.
5. Pode beber vinho tinto à vontade
Mito. O excesso pode causar doenças hepáticas graves, como cirrose, além de aumentar o risco de hipertensão, acidente vascular cerebral, obesidade e de desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como os de fígado e esôfago, além de gerar dependência.
6. Homens podem beber mais vinho
Verdade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo diário recomendado é de até 2 taças para homens e 1 taça para mulheres, com 150 ml cada.
7. Não há contraindicação do vinho
Mito. O consumo deve ser evitado durante a gestação, em casos de interação com certos medicamentos (como anticoagulantes, ansiolíticos, antidepressivos e anti-hipertensivos), e por pessoas com histórico de alcoolismo, doenças hepáticas, problemas cardíacos ou doenças gástricas (como gastrite ou úlcera).

8. Peixe só combina com vinho branco
Mito. Uma boa harmonização depende da intensidade dos sabores do prato, dos acompanhamentos e do estilo do vinho: leve, encorpado, frutado ou cítrico. O segredo está no equilíbrio. Vale, por exemplo, experimentar um bom bacalhau com uma taça de tinto leve.
9. Sempre o melhor vinho é o envelhecido
Mito. Hoje, grande parte dos rótulos é produzida para ser consumida jovem, entre 2 a 5 anos, pois é nesse período que se destacam o frescor e os aromas. Estima-se que apenas 10% dos vinhos possuem estrutura, acidez e taninos adequados para envelhecer bem e até melhorar com o tempo. Muitos podem até perder qualidade se armazenados por tempo excessivo.
10. O vinho precisa ser guardado em local especial
Verdade. Não necessariamente uma adega. O ideal é um local fechado, com pouca variação de temperatura, umidade e luz, já que o vinho é uma bebida muito sensível. O armazenamento influencia diretamente a sua conservação. Uma dica: manter a garrafa deitada, caso tenha rolha natural, para que esta permaneça úmida e vedada.
11. Pode guardar vinho aberto
Verdade, mas com alguns cuidados. Deve-se utilizar a própria rolha ou uma tampa vedadora e preferir armazenar na porta da geladeira, onde a temperatura mais baixa ajuda a desacelerar a oxidação. Vinhos brancos ou rosés: até 3 dias; espumantes: até 1 dia (se bem vedados); tintos com mais acidez e taninos podem durar um pouco mais. Os vinhos que sobram também podem ser aproveitados em receitas e drinks.
Por Edna Vairoletti