Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o artesanato movimenta cerca de R$ 100 bilhões por ano, representando 3% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e contribuindo diretamente para a economia de 67% dos municípios brasileiros. Essa atividade também é fonte de renda e sustento para cerca de 8,5 milhões de pessoas — em sua maioria, mulheres.
Apesar do potencial, começar a empreender pode parecer desafiador. Com tantas opções e estratégias no mercado, escolher por onde começar exige tempo — e, muitas vezes, um investimento que nem todo mundo pode fazer. Mas no universo do artesanato, especialmente com os amigurumis — os famosos bonecos de crochê —, há caminhos íveis e lucrativos.
Ju Sanches, professora e empreendedora, destaca que o mercado artesanal vai muito além da estética. “É um setor que expressa cultura, identidade e tem espaço para crescer, especialmente com produtos feitos à mão, que carregam afeto e autenticidade”, afirma.
Ela ressalta que datas comemorativas, como Dia dos Namorados e Dia dos Pais, são opções em que o empreendedor pode potencializar suas vendas, caso tenha um pouco de estratégia. A seguir, Ju Sanches compartilha 5 dicas para quem quer começar a investir em artesanato. Confira!
1. Escolha um nicho com o qual você se identifica
O mercado do artesanato oferece uma variedade enorme de possibilidades — desde técnicas que exigem menos investimento, como bordado e crochê, até outras mais complexas e custosas, como a papelaria personalizada. Para Ju Sanches, o primeiro o é se conectar com aquilo que você realmente gosta de fazer.
“Escolher um tipo de artesanato que você ama facilita o processo, deixa o trabalho mais leve e ajuda a manter a motivação nos dias difíceis. O crochê, por exemplo, é ível, tem um custo inicial baixo e uma infinidade de aplicações — como os amigurumis, que estão super em alta”, explica.
2. Estude o mercado e seu público-alvo
Uma das principais dicas para quem quer começar a vender é simples, mas poderosa: pense como consumidor. “A melhor forma de acertar é entender o que você mesma compraria”, orienta Ju Sanches. Ela destaca que a pesquisa é uma grande aliada de quem empreende. Por meio dela, é possível identificar quais produtos estão em alta, quem é o público-alvo, quanto esse público está disposto a pagar e onde costuma comprar. Com essas informações em mãos, fica muito mais fácil criar peças com real potencial de venda.

3. Aprenda a precificar corretamente
Nunca cobre apenas o valor do material — essa é uma das dicas mais importantes de Ju Sanches. O preço de um produto artesanal deve considerar não só o custo dos insumos, mas também o tempo de produção, despesas fixas, embalagem e, claro, a margem de lucro. “Um preço justo valoriza o seu trabalho e garante a sustentabilidade do negócio”, reforça a especialista.
4. Pense na apresentação
Segundo Ju Sanches, investir em detalhes como uma embalagem caprichada, uma etiqueta com a sua marca e até um bilhete escrito à mão faz toda a diferença na experiência do cliente. Esses cuidados encantam, geram conexão e aumentam as chances de fidelização. “Mais do que quantidade, o que realmente importa é a qualidade. Um produto bem feito transmite profissionalismo e gera confiança”, completa.
5. Use as redes sociais a seu favor
Use as redes sociais a seu favor — elas são a maior vitrine dos negócios no mundo de hoje. Por isso, criar um perfil dedicado ao seu produto deve ser uma das suas primeiras prioridades. “Nas redes, você constrói uma comunidade. As pessoas se interessam pelos bastidores, pelas novidades e pelo conteúdo que vai além da venda. Isso estimula a compra de forma natural”, explica Ju Sanches. Mais do que vender, é sobre gerar conexão e fazer o público acompanhar — e torcer — pelo seu crescimento.
Por Lyzie Vitorino