É comum nos lembrarmos das grandes marcas, mas a realidade nos mostra que o “grosso” do mercado é puxado pelos pequenos negócios. Em Belo Horizonte, são quase 378 mil pequenas empresas, o que corresponde a quase 90% do total de negócios na capital mineira. Os números são do Sebrae Minas com base em dados da Receita Federal. Neste sábado (5), em que é comemorado o Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa, alguns comerciantes contam suas histórias e apontam vantagens e desafios de empreender. 

No segmento de "pequenos negócios" contam os segmentos Microempreendedor Individual (MEI), Microempresa (ME), Empresa de Pequeno Porte (EPP) e demais pequenas empresas. 

Entre essas pessoas está a advogada Juliana Aparecida Pereira, de 46 anos, que sempre sonhou em empreender. Há cerca de 20 anos tentou abrir um negócio na área pedagógica e, percebendo que a empresa não teria êxito, resolveu cursar direito. No início deste ano ela retomou esse caminho e lançou no mercado a marca Pastel de Angu da Dona Gê - focada em produtos alimentícios artesanais e que homenageia sua mãe. 

“Comecei vendendo para amigos e familiares, até que eu resolvi dar um o maior e ei a expandir para outros mercados. Hoje, vendo em bares, restaurantes e também marco presença em eventos e feiras gastronômicas, como a Feirinha Aproxima”, conta. 

Para embarcar na “aventura de empreender”, Juliana buscou apoio do Sebrae Minas em busca de cursos e aperfeiçoamento. Por lá, ela aprendeu sobre gestão financeira, controle de estoque e busca de mercado - tudo isso para conseguir se diferenciar da concorrência. 

Dona Gê e a filha Juliana: pasteis artesanais viraram negócio. Foto: Arquivo pessoal 

“Tem sido muito enriquecedor, está me dando segurança de dar vários os que, sem a consultoria, talvez eu não tivesse coragem. Até porque, empreender ainda é muito desafiador. Principalmente em como abordar novos clientes e se inserir nos canais certos.  Também tem a questão da carga tributária e dos empréstimos para poder expandir”, diz. 

Apesar dos desafios, ela aponta que a riqueza cultural do país é uma grande vantagem no segmento em que atua. “A valorização da tradição e do produto artesanal têm crescido a cada dia. Isso é ainda mais forte em Minas Gerais, com nossos sabores locais, receitas de família e insumos de qualidade”, aponta. 

Quem também faz parte desse universo de pequenos empreendedores é Kaiky Messias Bernado, de 30 anos, fundador da DOMO Negócios Imobiliários. Ex-atleta profissional, ele já foi gerente de pizzaria e trabalhou de carteira assinada como corretor de imobiliária - onde fez cursos e se aperfeiçoou na área. 

“Depois que deixei o esporte, sempre tive vontade de abrir meu próprio negócio. Há cerca de dois anos comecei a fazer os cursos do Sebrae para me preparar e descobrir qual seria meu diferencial. Outra inspiração é a minha esposa, que já teve loja de roupa e hoje trabalha como fotógrafa. Ver ela empreendendo me deu força para seguir no mesmo caminho”, afirma. 

Kaiky trocou o CLT pelo negócio próprio. Foto: Jéssica Duarte

Ele aponta que o Brasil ainda é um país com “muito a desenvolver” e que isso abre muitas oportunidades para quem deseja empreender - principalmente no segmento da habitação. Assim, para se diferenciar no mercado, ele conta que aposta no atendimento qualificado ao cliente - uma vez que o cliente precisa confiar no corretor para comprar algo tão valioso como um imóvel. “Me disponho a ajudar os clientes, entender suas dificuldades e encontrar as melhores soluções”, garante. 

Para Laurana Viana, analista do Sebrae Minas, quem resolve abrir seu próprio negócio precisa estar atento ao controle financeiro, às estratégias de marketing e às cargas tributárias - uma vez que os impostos influenciam no faturamento e lucro de uma empresa. 

“Para quem deseja começar, a palavra de ordem é planejamento. Seja no papel ou em um esquema mais robusto de planilhas, é essencial estruturar cada o e monitorar os resultados”, aconselha.