A Justiça decidiu por manter presos os dois homens suspeitos de envolvimento na perseguição pela Polícia Militar (PMMG), no bairro Novo Aarão Reis, na região Norte de Belo Horizonte, na noite de sexta-feira (5 de janeiro). Na ação, o sargento Roger Dias da Cunha, de 29 anos, foi baleado duas vezes na cabeça – ele segue hospitalizado, em estado grave. O atirador de 25 anos e um comparsa dele, de 33, tiveram a prisão em flagrante convertida para preventiva em audiência de custódia neste domingo (7 de janeiro).
A juíza Juliana Miranda Pagano considerou que as circunstâncias do crime são “gravíssimas”, argumentando que, além do sargento baleado, outros policiais teriam sido alvos da dupla, que atirou contra a viatura policial. "Foi necessária uma mobilização policial complexa e longa para captura dos autuados, os quais agiram em evidente violência real e direta contra os policiais militares", diz o documento.
A magistrada usou do ado criminal de ambos os suspeitos para provar que há risco caso eles não fiquem em detenção, sendo que o atirador ainda está em cumprimento de pena. "Tudo isso corrobora para a necessidade da conversão da prisão em flagrante em preventiva para a garantia da ordem pública", decidiu.
Suspeitos têm várias agens por crimes
No sistema do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), O TEMPO encontrou algumas condenações do suspeito. No dia 18 de julho de 2023, ele foi preso após furtar, usando uma chave micha, o carro de uma pessoa que trabalhava no bairro Monsenhor Messias, na região Noroeste de BH. Após o dono do veículo flagrar o crime de dentro da empresa, o suspeito foi seguido e acabou detido.
Na decisão que converteu em preventiva a prisão do rapaz, a juíza Juliana Beretta Kirche destacou a reincidência do suspeito, que já tinha sido condenado anteriormente por "roubo simples, roubo majorado, corrupção de menores e identidade falsa".
Também foi possível encontrar outra condenação do suspeito que atirou no policial, desta vez por roubo a mão armada. O crime ocorreu no dia 07 de setembro de 2017, em plena luz do dia, às 13h, na avenida Antônio Carlos, no bairro Cachoeirinha, também na região Noroeste de BH.
Comparsa já foi preso por tentar matar policiais
Ainda conforme o sistema do TJMG, o segundo suspeito preso pela PM após o policial ser baleado, um homem de 33 anos, também possui diversas agens pela polícia. Em uma das últimas, ele foi preso no dia 2 de março de 2023 por tentativa de homicídio, também contra policiais, quando o carro em que estava com outros dois jovens fugiu da PM e houve uma troca de tiros. Na ocasião, com o trio foram apreendidos uma pistola calibre 380 e toucas-ninja.
Na decisão, a justiça também ponderou que o suspeito já tinha três condenações, todas pelos crimes de roubo. No dia da prisão, ele estava em liberdade condicional, mas ainda cumprindo pena por um dos crimes ados. Ele também possui agens por receptação e tráfico de drogas.
O caso
O militar foi atingido por disparos à queima-roupa na noite dessa sexta-feira (5), quando guarnições do 13º Batalhão perseguiam dois suspeitos na Avenida Risoleta Neves. Em dado momento, o motorista teria perdido o controle da direção e batido contra um poste. Após o acidente, os suspeitos desceram do carro e continuaram a fuga a pé.
Um deles foi alcançado por um sargento. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o militar se aproxima do suspeito e da ordem de parada, mas é surpreendido pelo criminoso, que saca uma arma e atira à queima-roupa contra o policial.
O militar foi socorrido por colegas para o Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova, mas dada a complexidade do caso, foi encaminhado ao João XXIII. O militar tem 29 anos e atua na Polícia Militar há cerca de 10 anos. Ele é pai de uma criança recém nascida.