O que era pra ser um recurso pontual virou hábito: colocar a criança diante do celular pra facilitar a hora do almoço, da troca de roupa, da espera no consultório. Mas o uso constante de telas, especialmente durante as refeições, tem impactos que vão além da distração. “A criança perde a percepção do que está comendo. Seja arroz ou biscoito recheado, dá na mesma - o foco está no vídeo, não na comida”, explica Mariana Amaranto, médica oftalmologista.

Essa desconexão com o ato de comer pode favorecer transtornos alimentares e desregular os mecanismos de saciedade. E quando o assunto é a visão, o alerta continua: o uso intenso de telas está associado ao aumento da miopia, principalmente em crianças pequenas, que estão com os olhos ainda em formação. Mariana recomenda acompanhamento oftalmológico periódico e tratamentos preventivos, como lentes especiais e colírio de atropina.

Já para os adultos, vale a regra 20-20-20: a cada 20 minutos de tela, dar uma pausa de 20 segundos para olhar para algo a 6 metros de distância. Um descanso simples, mas que ajuda a relaxar a musculatura ocular e reduzir sintomas como o olho seco.