Foram três horas de entrevista. Se eu quisesse comentar cada um dos assuntos abordados por Rafael Menin neste sábado, teria material pra escrever não só uma coluna, e sim um livro. Pra encurtar caminho e economizar o tempo de vocês, o texto do dia vai ser só sobre o ponto mais importante da coletiva: a conclusão de que, sem “dinheiro novo”, o Atlético é insustentável.

O próprio acionista ite, nas entrelinhas, a obrigatoriedade de um novo aporte para o clube respirar. Não garante que o atual grupo de donos da SAF fará o investimento, mas assume que, sem essa grana salvadora vindo de algum lugar, o Galo vai seguir enxugando gelo.

Em dado momento, Rafael citou que o desafio atual é “equilibrar os pratinhos” das finanças e da competitividade. Quis dizer que a meta é montar time competitivo e, ao mesmo tempo, reduzir a dívida onerosa que corrói o Atlético há décadas. Bom, não precisa ser doutor ou ter morado fora do país pra perceber que não tem funcionado e que, se continuarem nesse malabarismo, todos os pratos vão cair. Não teremos time competitivo e, ao mesmo tempo, a dívida vai só crescer.

Faltou, ao meu ver, um mea culpa mais sincero. Até houve um “erramos” aqui e ali, mas sempre acompanhado de um “mas…”. Não era hora de “mas” nenhum. Era hora de “erramos feio e vamos consertar a rota assim, assim e assado”. Porque erraram feio, sim. Absolutamente todas as projeções sobre a vida financeira do Atlético feitas por eles nos últimos anos aram muito longe de se confirmar - e eu não engulo o argumento de que a culpa é só da Selic.

É difícil não olhar pro atual cenário com desânimo. A dívida é gigantesca. Alguns patrimônios que eram nossos e serviam como uma “reserva de emergência” não são mais. O time, como Rafael também ite, está numa segunda (ou até terceira) prateleira no Brasil. E aí? Vamos aceitar a mediocridade e torcer por uma campanha fortuita numa copa qualquer? Ou vamos ter uma real mudança de rota pra colocar o Atlético no caminho que nos foi prometido?

Ninguém tá cobrando “potência mundial” com base em sonhos e/ou alucinações. A gente só quer o que nos foi prometido. Afinal, a gente só promete o que pode cumprir - e isso é lição de pai e mãe, e não de faculdade gringa.

Aporte imediato. Pra já. Pra ontem. É nossa única solução.

Saudações.