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Guilherme Frossard

Mineiro de BH, jornalista graduado pela PUC-MG, com uma década de experiência na cobertura do esporte mineiro, na TV e na Internet. Colunista e torcedor do Clube Atlético Mineiro - nessa ordem.

OPINIÃO

A Sul-Americana, cada vez mais, vira nossa Copa do Mundo

Com a projeção desanimadora pra janela e o início mediano no Brasileiro, competição internacional desponta, já em maio, como candidata a “salvar o ano”

Por Guilherme Frossard
Publicado em 28 de maio de 2025 | 23:48

Nesta quinta, o Atlético enfrenta o Cienciano e precisa de uma vitória por qualquer resultado pra garantir classificação às oitavas de final da Sul-Americana. Caso o resultado venha, o Galo vai cumprir sua obrigação (não mais do que isso) de superar adversários fraquíssimos na primeira fase do torneio e, já na segunda-feira, vai descobrir o confronto que define seu rival no primeiro mata-mata.

Nas oitavas, o adversário virá de um duelo de playoffs (entre algum clube que ou em segundo na Sula e algum que ficou em terceiro do seu grupo na Libertadores). O Atlético, necessariamente, decidirá a chave em casa - tudo isso, claro, considerando uma vitória contra os peruanos e uma classificação em primeiro no Grupo H.

Olhando pra Sul-Americana, a situação começa a clarear um pouco pro nosso lado. Todo mundo sabe da diferença de investimento entre clubes brasileiros e quase todos os sul-americanos, e três brasileiros (Corinthians, Cruzeiro e Vitória) já caíram na fase de grupos da competição.

O Vasco, que com Fernando Diniz é uma caixinha de surpresas, ou em segundo e vai jogar o playoff. Fluminense e Grêmio, assim como o Galo, já garantiram no mínimo os playoffs, mas jogam nesta quinta pela primeira posição em seus grupos.

Olhando pra Libertadores, os rivais brasileiros claramente mais fortes que o Atlético conseguiram classificação (Botafogo, Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Inter…). O Bahia vem pra Sul-Americana, mas vejo um confronto equilibrado caso eles cruzem nosso caminho.

Escrevo tudo isso pra dizer que a Sul-Americana, cada vez mais, vira nossa Copa do Mundo. É triste demais a gente identificar, já em maio, que não temos time pra brigar pelas principais competições do nosso calendário. E a verdade é essa: não temos.

Podemos até chegar longe na Copa do Brasil, mas seria uma grande surpresa. No Brasileiro, prevejo uma classificação final intermediária, que é exatamente onde estamos. Além de tudo, com a diretoria reiterando sempre que pode o discurso dos “problemas financeiros”, acho que já ficou claro pra todo mundo que nosso elenco não vai mudar de patamar na janela que abre daqui a poucos dias.

A Sula, portanto, é fortíssima candidata a salvar nosso ano. Vamos torcer por isso, claro, mas temos que cobrar (e muito) pra que o Atlético volte, o quanto antes, a ser um time de primeira prateleira no Brasil e no Continente, o que hoje não é.

Saudações.