Feliz ano novo, atleticanada! Saúde e paz pra todos nós. Bora falar do Galo, nossa cachaça de refil, que a cada temporada que a renova a capacidade de tomar conta do nosso humor por pelo menos 300 dos 365 dias do ano. E não sei vocês, mas meu estado de espírito atual é um só: preocupação.
Faltam três dias pro início da pré-temporada. Pouco depois, o grupo formado por nossos principais jogadores segue pros Estados Unidos. Daqui a 12 dias, teremos, por lá, um clássico contra o Cruzeiro. Não vale nada? Vou repetir: é um clássico contra o Cruzeiro. Sempre vale. E as dúvidas em relação ao nosso time andam me tirando o sono.
“O clube trabalha em silêncio”, dizem. Bom, sempre foi assim, né? Ou em algum momento o clube emitiu comunicados sobre o andamento de suas negociações? Essa desculpa não cola, e o Atlético vem enfrentando, sim, sérias dificuldades no mercado. E aí vem outro argumento que me mata de raiva: “O mercado está inflacionado”.
Gente, falar que o mercado do futebol brasileiro está inflacionado é igual falar que a Terra não é plana. É uma obviedade. Qualquer zé mané que faz dois gols na Série A a a ganhar 500 mil reais por mês. Qualquer jogador com uma boa temporada vale 5 milhões de euros. Está mais que inflacionado. Virou coisa de louco - porque sempre tem um louco disposto a pagar.
Quando, dias atrás, eu escrevi que não concordava com a venda do Paulinho, esse era um dos motivos: o medo do que o “dinheiro do Paulinho” seria capaz de pagar. No terreno das especulações, bons nomes apareceram nos últimos dias. Soteldo, Artur, Bruno Henrique, Brenner, entre outros. O problema é, justamente, o custo de jogadores deste nível. E aí não é só a compra dos direitos econômicos. Tem salário na equação.
Rubens Menin, dias atrás, disse que todo o dinheiro da venda de atletas seria revertido para a contratação de jogadores. Que bom, mas pra mim tá cada vez mais claro: 18 milhões de euros não serão suficientes para suprir, tecnicamente, a saída do ex-camisa 10. Tomara que eu esteja enganado.
Tem mais um agravante nessa história: a possibilidade de mais saídas. Zaracho e Battaglia, por exemplo, estão na mira de clubes argentinos. O zagueiro/volante, pelo que sei, vê com bons olhos um retorno ao país natal. E obviamente ninguém vai pagar 18 milhões de euros no Battaglia, de 33 anos. Ou seja: a balança de saídas pesa cada vez mais, enquanto a de chegadas segue levinha (com todo respeito a Patrick e Gabriel Menino, que serão muito úteis, tenho certeza).
Se quiser ter, em 2025, um elenco comparável ao de 2024, o Galo precisa começar a abrir o bolso. Os valores assustam, mas nossa janela devagar (pelo menos até agora) assusta ainda mais.
Vamos, Galo!